Quando Moisés tirou os hebreus do Egito e os conduziu pelo deserto rumo à Canaã, deparou-se com o problema de salvaguardar-lhes a saúde. Primeiramente, orientado por Deus, o profeta proibiu-os de comer vários animais qualificados como “impuros” ou “imundos”, como o porco, o coelho e os mariscos, por exemplo (veja Levítico 11 e Deuteronômio 14). Foi só em 1847 que Joseph Leidy descobriu no porco o germe parasita Trichinella spiralis. Evidentemente que, numa era pré-científica, não havia a possibilidade de Deus explicar aos seres humanos os porquês das restrições dietéticas, as quais só poderiam ser cientificamente compreendidas séculos depois. Por isso, o uso do porco como alimento foi estritamente proibido a Israel e, por extensão, a toda a humanidade (já que, do ponto de vista biológico/fisiológico nem o porco, nem as pessoas mudaram). Alguns chegam a pensar que as normas dietéticas foram abolidas juntamente com a leis cerimoniais judaicas, o que não faz sentido algum à luz das Escrituras, da ciência moderna e do bom senso.
O Dr. Humberto O. Swartout, ex-membro da Comissão Americana de medicina Preventiva e Saúde Pública, adverte: “O porco, além do mais, é objetável por outros motivos além do perigo de transmitir a triquinose. Contém maior proporção de gordura do que a maioria dos outros produtos cárneos. A febre ondulante devida ao germe do porco é em geral mais grave do que aquela devida ao gado ou aos caprinos. Não admira que desde os primeiros tempos da história do Antigo Testamento o porco tenha sido classificado como ‘imundo’” (The New Modern Medical Counselor, pág. 119 – Review and Herald Publ. Assn., Washington, 1951).
Os horrores da triquinose deviam ser conhecidos de todos. Não menos de uma pessoa dentre cinco, nos EUA, sofre de alguma forma de triquinose. Sabe-se de famílias inteiras que foram levadas à morte por essa terrível enfermidade.
O Dr. O. S. Parrett, que realizou profundo estudo sobre as doenças dos animais utilizados como alimento, declara: “Os sacerdotes do Antigo Testamento, que serviam como verdadeiros funcionários sanitaristas, faziam rigorosa inspeção dos alimentos que eram consumidos. Ainda hoje recorremos a Moisés como autoridade em matéria de alimentos cárneos chamados limpos e imundos. Moisés proibiu tanto a carne de porco como os mariscos; e convém notar que o mundo gentílico, que em geral ignora essas regras sanitárias, mostra que nos EUA a ocorrência da triquinose entre os adultos se calcula em 25%, segundo pesquisa de dois médicos de San Francisco (McNaught e Anderson), publicada no Journal of the American Medical Association. Exames post-mortem feitos por esses médicos em pedaços de músculos do diafragma de cem corpos, mostraram que 23 tinham triquinas, e em outros 100 puderam demonstrar 25 casos positivos. Durante a vida, nenhuma dessas pessoas tinha suspeitado de triquinose, e, no entanto, em todas elas, independentemente da extensão de tempo decorrido desde a infecção, observaram-se sob o microscópio larvas vivas, enrolando-se e desenrolando-se. De cada cinco lingüiças de porco, dos melhores mercados, uma continha triquinas vivas” (Diseases of Food Animals, págs. 7 e 8).
“Comida a carne de porco infestada, os germes são pela digestão gástrica liberados no estômago do hospedeiro, onde se unem machos e fêmeas, seguindo-se a produção de grande número de larvas. Através da corrente sangüínea ou dos vasos linfáticos, essas larvas rapidamente migram para os tecidos, encontrando alojamento especialmente no tecido muscular através do corpo, principalmente no músculo do diafragma” (Idem, págs. 9 e 10).
É bom lembrar, também, que as restrições à carne suína se aplicam a alguns frutos do mar: “Quanto aos crustáceos, o tifo atribuível à ingestão de ostras infectadas, e do uso de lagostas, caranguejos e outros alimentos proibidos, resultam freqüentemente em casos graves e às vezes fatais de indigestão aguda, provando a base higiênica e a justeza das instruções dadas por Moisés” (Idem, pág. 8).
A recomendação de Levítico e Deuteronômio, quanto aos animais que podem ser comidos (embora a mesma Bíblia recomende como ideal a dieta vegetariana), pode ser resumida da seguinte maneira:
· Quadrúpedes limpos – devem ter a “unha fendida” e ruminar (como o boi). Animais que tenham apenas uma dessas duas características (como o porco ou o cavalo, por exemplo), são considerados impróprios para consumo.
· Peixes limpos – devem ter escamas e barbatanas (nadadeiras). Peixes que, em lugar de escamas têm pele, não devem ser comidos. Como algumas nomenclaturas biológicas (crustáceos e moluscos, por exemplo) são relativamente recentes, estes animais (camarão, siri, caranguejo, mexilhão, etc.) também devem ser excluídos da dieta humana, pois na Bíblia existe apenas a classificação “frutos do mar” ou “peixes”, e estes devem ter as características mencionadas acima a fim de serem considerados “limpos”.
Outro aspecto a ser lembrado é que alimentação é uma questão de cultura. Pode-nos parecer estranho a Bíblia proibir a ingestão de porco e camarão. Mas pense naqueles países nos quais se usa como alimento o rato, o morcego e até mesmo cães. Para eles esse tipo de “alimento” também é normal.
Deus sempre tem em vista o bem estar de Seus filhos (veja III João 2). E todas as Suas proibições visam ao nosso bem. Os que obedecem a Palavra de Deus sabem disso.
Michelson Borges
Adventistas.
Bíblia Sagrada.
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